DULCE MATOS (1938-2009)

 

      A filóloga Dulce Matos (Maria Dulce Coelho de Matos) primeira presidente da Associação Cais de Culturas, com sede no bairro de Campolide, era uma figura muito conhecida das letras e das tertúlias literárias de Lisboa, estando ligada a um grupo muito expressivo de instituições culturais (Centro de Investigação de  Fenómenos Religiosos, Sol XXI, Grémio Lisbonense e outras).

    Nascida em Lisboa em 17 de Novembro de 1938, frequentou o    Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, licenciou-se em Filologia   Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e possuía Mestrado em Literaturas Brasileira e Africana pela mesma faculdade. Era diplomada em Língua e Literatura Francesas pelas Universidades de Toulouse Le Mirail, de Tours e de Estrasburgo e pela Alliance Française.

Exerceu com grande dedicação a actividade de palestrante / divulgadora da Literatura e da Cultura Portuguesas junto de Universidades do Brasil, Espanha, França, Inglaterra, Itália e, sobretudo, das comunidades portuguesas dos referidos países.

Foi colaboradora do Presidente do ICALP – Instituto de Cultura e Língua Portuguesa - para as áreas do Brasil, América Latina, África de expressão portuguesa e Senegal (1984-1985) e assistente do Professor Agostinho da Silva, Director do Centro de Estudos Latino-Americanos do Instituto de Relações Internacionais, entre 1986 a 1994.

 

Ministrou seminários de formação de tradutores no ILTEC, Instituto Franco-Português, Isla- Santarém, CITIFORMA e outros estabelecimentos de ensino.

 

Entre 1984 e 2006 realizou 32 viagens de divulgação cultural ao Brasil, Argentina e Uruguai, proferindo 260 palestras e realizando 20 seminários.

 

Foi funcionária da TAP durante muitos anos, trabalho que exerceu em paralelo com o ensino no ISLA (1978-2001) e em vários grupos culturais, onde foi uma mestra muito apreciada e querida dos seus muitos alunos, sobretudo da área do secretariado. Leccionou as cadeiras de Teoria e Metodologia da Tradução, Tradução Literária e Jornalística de Francês, Interpretação Situacional e de Língua e Literatura Portuguesa e Francês Cultural e Turístico.

 

A sua incansável actividade teve também expressão na apresentação e no prefácio de vários livros, sendo amiga pessoal de grandes nomes da literatura nacional e internacional.

Tradutora de Edgar Morin, Guy Lazorthes, Yves Bertrand, Patrick Guillemet, Emmanuel Dupoux e outros escritores.

Faleceu, de morte súbita, na sua casa na Rua de Campolide na madrugada de Domingo dia 15 de Fevereiro de 2009.

António Laginha

 
Professora, obrigado por ter sido minha amiga!

Pela nossa vida passam sempre professores que nos marcam. É o caso de Dulce Matos, minha professora de Português, no curso de Administração e Línguas, no ISLA.
A sua capacidade para motivar alunos e interessá-los pelo estudo da nossa língua era invulgar. Para além de professora era amiga e continuei a encontrá-la em muitos dos trabalhos jornalísticos que fiz. Fica a mágoa por nunca ter ido a uma das várias tertúlias para as quais me convidou. Mea culpa, professora!
Um beijo enorme e obrigada por ter sido minha amiga.

Manuela Silva Reis – jornalista










Quando a Profª Dulce Matos faleceu eu fui uma das pessoas que não acreditou que a "Cais de Culturas" lhe sobrevivesse.

Esta ideia cimentou-se numa célebre reunião em que vi uma senhora, virada para todos nós: "Vocês têm de esperar! Vocês têm de esperar!" O tom deixou-me siderado. Ora eu, como cada vez tenho menos paciência para certos comportamentos, só não me levantei e saí por estar numa mesa rodeado de amigos.
Fiquei depois muito agradado quando me apercebi que a "Tertúlia" tinha sobrevivido à "nossa" Dulce, que ela iria continuar com o seu habitual ambiente de família enorme e coesa.
Outros, do outro lado do Atlântico, resolveram prestar também, embora de outro modo, homenagem à Dulce Matos: realizou-se, no dia 7 de Novembro (2009) na Sala do Retrato do Centro Cultural Erico Verissimo, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, uma sessão dedicada à fundadora da "Cais de Culturas". (...) em que a composição da mesa foi: Maria Carpi, Walter Galvani, Jane Tutikian e Maria do Carmo Campos (na foto da esquerda para a direita). 
(...) Espero que os amigos da "Cais de Culturas" gostem desta surpresa. Até breve!
 
Vitor Oliveira Mateus

 

 

No centenário no nascimento de Agostinho da Silva (13 de Fevereiro de 1906), amigos do Professor evocaram na TSF o nómada que espalhou desassossego, o pensador que não queria discípulos, o homem que gostava de conversar.
A memória dos amigos afaga os gatos, à sombra da árvore da rádio.
 
13 Fevereiro de 2006
 
 

A simplicidade, legenda agostiniana...

Os amigos de Agostinho da Silva enaltecem a sua simplicidade. Falam de uma espécie de franciscano, sublinham a marca de despojamento que era uma legenda agostiniana. Dulce Matos, amiga do professor, lembra-se de quando ele foi juntamente com Sofia e Torga, condecorado pelo então presidente Mário Soares, e agradeceu em nome dos homenageados.

Um templário para o novo século português

Neste dia em que as conversas lembram o conversador, falámos com Dulce Matos, professora aposentada do ISLA, fundadora da Associação Cais de Culturas e amiga do homem raro a que Fernando Cristóvão chamou «um templário para o novo século português».

Como o pensador organizava os dias

As conversas sobre Agostinho da Silva, à sombra da árvore da rádio, espreitam agora, por instantes, o modo como o pensador organizava os dias.

Um lugar privilegiado...

Amigo de uma vida inteira de Agostinho da Silva, Branco Rodrigues puxa a conversa para um dos lugares privilegiados de um convívio de anos...

O professor que não queria discípulos I

O dossier que assinala o centenário do nascimento de Agostinho da Silva segue os trilhos abertos pelo nómada incansável escutando Borges Coutinho, o amigo açoriano do professor que não queria discípulos.

O professor que não queria discípulos II

Fechamos o dossier dedicado ao centenário do nascimento de Agostinho da Silva, continuando a seguir a memória de Borges Coutinho, seu amigo e aluno no Colégio Infante Sagres.

Cantar Agostinho da Silva

A propósito dos 100 anos do nascimento de Agostinho da Silva, Mário Dias fala com Paulo de Carvalho que canta temas do filósofo e nos desvenda como surgiu o interesse pela poesia de Agostinho da Silva.

( cortesia da TSF )

 

Cais das Culturas - uma tertúlia !


 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mais uma tertúlia cheia de alegria e do conforto de se sentir amizade , cumplicidade e bem estar. Mais uma vez Dulce Matos juntou à sua volta um grande grupo de amigos que se deliciaram com a presença e palavras do Professor Galopim de Carvalho.A juventude do professor tornou mais leve a maioria dos sexagenários que o ouviram. As suas histórias fizeram soar gargalhadas que nos irão acompanhar nestes dias mais próximos.

 

 

 
 

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